PPM quer ensino secundário regular no Corvo

"O PPM entregou ontem, na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, um projecto de resolução que propõe a criação do ensino secundário regular na ilha do Corvo, a mais pequena do arquipélago. “A iniciativa que agora apresentamos pretende assegurar que os jovens do Corvo possam frequentar o ensino secundário regular na sua própria ilha, junto das suas famílias”, refere uma nota de imprensa divulgada na sequência de uma conferência de imprensa em Ponta Delgada. No Corvo não existem escolas secundárias, pelo que os jovens, após concluírem o 9º ano de escolaridade, têm que se deslocar para outras ilhas açorianas para completar os seus estudos. Para o PPM/Açores, “a situação actual é desumana para os jovens corvinos e respectivas famílias”, considerando que “não é aceitável que jovens com 14 ou 15 anos sejam espartanamente retirados ao convívio e ao afecto das suas famílias”. Nesse sentido, recorda que “este tipo de sacrifícios não é pedido ou imposto a nenhumas outras famílias açorianas que não as corvinas”, defendendo ser “intrinsecamente justo que seja dada a oportunidade aos jovens do Corvo de frequentarem toda a escolaridade obrigatória na sua ilha”. Para atingir esse objectivo, o deputado regional do PPM, Paulo Estêvão, apresentou um projecto de resolução solicitando que o Parlamento açoriano “delibere no sentido de passar a ser ministrado o ensino secundário regular na Escola Mouzinho da Silveira”. Na conferência de imprensa em Ponta Delgada, o PPM/Açores apresentou também um projecto de resolução que pretende “eliminar a acção da Inspecção Regional de Educação no âmbito das retenções dos alunos no ensino básico”. Segundo o PPM/Açores, a actual legislação faz com que a acção inspectiva nesta matéria “funcione como um mecanismo coarctivo sobre as escolas e os professores”. “A ideia do Governo Regional é tornar a vida impossível a quem se atreve a reter alunos no ensino básico”, refere a nota de imprensa, acrescentando que o resultado da actual legislação “foi a diminuição espectacular das taxas de retenção dos alunos em toda a Região”. Para o PPM, este sucesso escolar é “completamente artificial, uma vez que não aumentaram as competências reais dos alunos, mas apenas se induziu uma cultura de facilitismo nas escolas açorianas”. A iniciativa “pretende assegurar que os únicos critérios para a decisão sobre a transição dos alunos venham a ser o domínio das competências e dos conhecimentos”. "

In Açoriano Oriental