"A sondagem tem um lado conjuntural que prova que sempre que um líder é consagrado em congresso há um estado de graça. Por outro lado, prova que o PSD tem uma grande capacidade de crescer à sua direita à custa do CDS e o PS uma enorme incapacidade de crescer à sua esquerda", diz o sociólogo Pedro Adão e Silva.
Mas as boas notícias que este estudo de opinião dá ao recém-eleito líder do PSD não se ficam por aqui: aparentemente esvaziou o CDS, que passou de 10% em Março para apenas cinco em Abril (o que acaba por facilitar qualquer negociação para uma hipotética coligação em caso de eleições antecipadas), e até a ascendência do Bloco de Esquerda sai afectada, dado que o partido de Francisco Louçã cai três pontos percentuais ao contrário do PCP de Jerónimo de Sousa que sobe uns residuais 0,8 pontos. "Parte do voto de protesto nos partidos da extrema-esquerda está a encontrar abrigo no novo PSD e deixou de procurar um castigo pela negativa ao Partido Socialista" diz Rui Ramos.
O trabalho de campo da Marktest foi realizado ainda antes de Pedro Passos Coelho ter tomado a iniciativa de ligar a José Sócrates dando conta da disponibilidade do PSD para ajudar o Governo a combater a voragem dos mercados financeiros, um gesto que todos assumiram como benéfico para o novo líder da oposição.