segunda-feira, 12 de abril de 2010

Professores voltam a propor criação de uma Ordem


Em algumas faculdades do Reino Unido não basta ter médias altas para se entrar num curso de Medicina. É preciso também ter uma qualidade humana e ética à altura da futura profissão. Antes do ingresso, os candidatos são submetidos a longas entrevistas dirigidas e vários não chegam a entrar, mesmo que tenham médias equivalentes a 18 ou 19.


João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores (ANP), lembra este exemplo para defender que o mesmo se deve aplicar ao ingresso na carreira docente. Para se ser professor é necessário ter vocação, ser alguém para quem a educação, as crianças e os jovens sejam importantes, diz, defendendo por isso que a selecção deve ser prévia à entrada na formação inicial.Para Grancho, a valorização da dimensão ética só poderá ser garantida através da existência de um código deontológico e de um organismo de auto-regulação. "O Estado não tem sabido regular a profissão para garantir a sua qualidade", frisa. Por isso, a ANP vai apresentar esta semana um estudo onde se defende que a criação de um organismo de auto-regulação da profissão docente é necessária em termos de realização de interesse público. É um dos requisitos exigidos pela nova lei que regula a criação de associações públicas profissionais. O diploma, publicado em 2008, estabelece que a constituição deste tipo de organismos "é excepcional" e pode "apenas ter lugar quando a regulação da profissão envolver um interesse público". O responsável da ANP precisa, contudo, que para a classe docente este organismo não deveria ser uma corporação profissional, tipo ordem, e sim um conselho, com maioria docente mas onde estivessem representados, entre outros, instituições do ensino superior, os pais e o Estado.Entre os opositores à constituição de um organismo de auto-regulação - a proposta tem já duas décadas - têm figurado os principais sindicatos de professores e o Ministério da Educação. Mas o actual secretário de Estado, Alexandre Ventura, já se mostrou receptivo à ideia. É uma mudança.


in publico.pt

3 comentários:

  1. Não gosto da sigla ANP.
    Para os que são do meu tempo sabem bem que ANP = PIDE

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  2. já não posso ouvir falar em professores.
    são os mais bem pagos e com o menor horario da função publica.
    são uns insatisfeitos
    deviam ver o que custa ter um curso superior e ser trolha

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  3. Ao último Anónimo, isso não é verdade. E os contras de ser professor? Já pensaram nisso? E acho que fazer muito bem em contestar, afinal de contas há outros ramos mais bem pagos e com mais regalias e só se ouve falar em greves.

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