sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Turismo re-escreve história do Corvo

O deputado do PPM, Paulo Estêvão, afirmou ontem que o novo sítio oficial de promoção turística dos Açores (www.visitazores.com) contém "erros graves" sobre a história da ilha do Corvo.
O novo sítio de promoção turística foi elaborado por uma empresa multinacional por 185 mil euros no âmbito de um contrato de promoção turística de três anos que atinge o valor global de um milhão de euros.
Paulo Estêvão disse no parlamento açoriano que a página de promoção turística dos Açores, que se encontra disponível para consulta na internet desde o passado mês de Agosto, refere que a ilha foi atacada no século XVII por "piratas da barbárie", quando o correto seria dizer que eram malfeitores vindos da região da Barbária, designação que era dada na época ao litoral do Norte de África muçulmano.
O parlamentar do PPM refere que o texto de promoção turística relativo à ilha do Corvo refere, também, que Mouzinho da Silveira era ministro em 1832 do futuro rei D. Pedro V quando nessa data esse monarca ainda nem tinha nascido.
Noutra referência histórica sobre a mais pequena ilha dos Açores, o sítio do Turismo refere que os corvinos vão à Terceira "pedir o alívio do pesado tributo pago ao donatário da ilha e à corte".
De acordo com Paulo Estêvão, "trata-se, evidentemente de mais uma barbaridade. Os corvinos não pagavam impostos à corte, mas sim à coroa, que era o nome dado, na época, à administração estatal".
Ressalvando que apenas prestou atenção ao que está escrito no referido sítio sobre o Corvo, o deputado do PPM referiu que os erros que detetou são suficientes para considerar como de "5ª categoria" o trabalho elaborado por uma empresa multinacional e exigiu a revisão dos conteúdos "no sentido de lhes dar um rigor e uma qualidade mínima".
O secretário regional da Economia, Vasco Cordeiro, referiu que a elaboração do sítio de promoção turística dos Açores foi adjudicada a uma empresa multinacional na sequência de uma consulta pública e escusou-se a comentar os erros detetados.
Jorge Macedo, deputado do PSD, lamentou que a elaboração de um sítio com um custo que classificou de "exorbitante" não tivesse sido entregue a empresas regionais, alegando que existe na Região "conhecimento" para a execução daquela tarefa.
Segundo o parlamentar do PSD, "há empresas dos Açores que elaboraram sites com maior complexidade, como é o caso do de uma transportadora aérea, por preço que foi seis vezes inferior".

Santos de casa...
A empresa que elaborou o novo sítio de promoção turística dos Açores é a Lost Boys International (LBI), tem sede na Holanda e escritórios em 16 países, sendo o seu ramo de negócio a produção de conteúdos para publicidade difundida através de meios electrónicos.
A opção por uma empresa multinacional foi justificada pelo Governo Regional com o facto de se querer "o melhor dos melhores". No entanto, como se pode verificar pelos erros detetados, "o melhor dos melhores" pode-se transformar em "o pior dos piores" quando alguém que está a largas milhas de distância dos Açores resolve re-escrever a história de uma ilha, neste caso particular, a do Corvo.
De um momento para o outro, um sítio com custos astronómicos em vez de ser uma fonte rigorosa de informação turística dos Açores passa a ser algo pouco confiável, onde se pode "tropeçar" em informações incorrectas como a que consta por exemplo na secção "Calendário e sugestões" e que diz o seguinte: "Angrarock - Data de Realização: de 24 a 27 de Setembro". De referir que o festival este ano não terá lugar pelas razões que são públicas há vários meses e que nunca se realizou nessas datas apontadas no referido sítio.
Não haverá nos Açores que faça bem melhor que isto e por um preço mais baixo? Há quem diga que sim. Estamos, uma vez mais, perante uma situação em o que se faz lá fora é que é bom porque os "santos da casa não fazem milagres"...

In Diário Insular

6 comentários:

  1. Realmente, como foi referido em plenário pelo Sr. Jorge Macedo o Site da SATA está um luxo à vista deste... e custou 6x menos!

    (visitazores.com)

    ResponderEliminar
  2. Exacto. O turismo (a que este site se destina) está mesmo mutio preocupado com os "erros" aqui descritos. Vamos perder turistas nos Açores porque em vez de dizer que eram malfeitores vindos da região da Barbária, está escrito "piratas da barbárie".
    O rigor histórico falhou. Agora, ir para a ALRA, fazer uma declaração politica em vez de expor o seu ponto de vista perante as autoridades competentes, é de um estilo que só o deputado do PPM poderia ter. Além de que, segundo ele, o que está escrito no site é falso. Só ele tem sempre, o dom da verdade.

    ResponderEliminar
  3. anonimo das 05:45 então concordas que se gaste milhôes para fazer um site com erros.anda o governo a gastar o nosso dinheiro ao desbarato,para depois apresentar algo que não corresponde a verdade.
    talvez uma empresa portuguesa tinha feito muito melhor e por muito menos.
    o srºdeputado pediu contas a quem mandou fazer o site.
    e acredito que situações como estas há muitas,o que se faz tem que ser bem feito!!!!!

    ResponderEliminar
  4. Então a política não é assim mesmo? Qual é a surpresa?? É só o Estêvão que é mau ou as pessoas é que estão habituadas a terem dirigentes que comem e calam e acham que está sempre tudo bem?
    Concordo plenamente com o último anónimo, gasta-se tanto dinheiro para um trabalho de merda? Quando se paga tanto a uma empresa, não são permitidos erros. Para fazer esses erros tinham posto alguém do Estado a fazer isso. Tanto tempo que têm... E não gastavam mais dinheiro.

    ResponderEliminar
  5. Achas que não foi alguem do estado a facultar os textos? A empresa ia ao wikipédia, não? Não se discute os erros, até porque, segundo o deputado do PPM, eles existem. Discute-se, isso sim, a forma de abordar os erros do governo. A forma pode não ser é a melhor para levar as preocupações dos Corvinos a diante.

    ResponderEliminar
  6. alguém sabe se o PS ainda tem deputado no corvo

    ResponderEliminar